terça-feira, 8 de julho de 2008

Marketing Brasileiro

Este post foi pensado depois de conversar com um professor de marketing de Minas, e namorado de uma amiga minha.

Não sei como chegamos ao assunto do marketing à brasileira. Ele me apresentou um conceito que eu via mas não sabia dizer o que era: Aprendi, na faculdade e pós-graduação que ao pensar em marketing você pensa em ações de médio e longo prazo, que se baseavam mais em mind share, o foco não era o tanto que eu tenho de vender imediatamente e sim o quanto eu devo fazer minha empresa ser querida, lembrada e de vanguarda para que ela possa se torna número 1 em vendas daqui a um tempo razoável, mas ao mesmo tempo que tenha estabilidade e durabilidade neste posto.

Mas chegando no mercado você percebe, pelo menos no brasileiro, que o resultado pedido é imediato e cheio de metas "impossíveis". Algo que considero desumano e idiota. Porque se você coloca uma meta impossível para seu funcionário que sabe que se não atingi-la não terá o bônus que paga as contas, ele se tornará em um ser irracional e tendendo a atitudes prejudiciais a sua imagem. Exemplo: sabe quando enviam cartão de outro banco para você? Aliás, aí vai a dica, quando receber você vá imediatamente no banco que te enviou e devolva o cartão e cancele a conta que eles abriram para você, pois você virou correntista desse banco sem saber e isso pode te trazer problemas. Continuando, você recebe esse incomodo que te traz um trabalho ridículo e não te informa nem o que você realmente ganha se tornando correntista do tal banco. E os telemarketings... nem preciso falar como eles são abusivos. Pois então, esta política brasileira de fazer marketing de querer resultados imediatos sem pensar no futuro e sem pensar nas consequências dos atos irracionais de venda prejudicam o mind share da empresa, a faz crescer de forma errada, pois daqui a alguns meses, quando o cliente processar o banco por danos morais, pois percebeu que aquele cartão que ele ganhou o fez abrir uma conta indesejada e não planejada, você terá certeza que ele (o cliente) nunca mais vai querer saber do seu banco e vai contar para 20 amigos que contaram para suas famílias que contaram ... vocês entenderam. O seu prejuízo será maior e mais irreversível do que uma ação pensada a longo e médio prazo.

Lucro por lucro não deve ser a resposta de uma empresa consciênte. Você deve contribuir para a comunidade que está inserido para que você tenha reconhecimento, durabilidade e apoio para crescer dentro dela. Claro que marketings selvagens dão certo, afinal você obriga o cliente a consumir, mas em uma sociedade como a nossa, onde o consumidor está mais informado e consciente de seu poder, até quando sua mamata vai durar?

Enfim, acho feio e errado você ter esse tipo de pensamento. Pode rir de mim, pensar que sou sonhadora, "o empresário só quer dinheiro" você diz. Mas eu prefiro ter esta opinião: em que a pessoa faz uma empresa por paixão ao que ela pode representar e fazer de forma correta e respeitosa com meu cliente e a comunidade que me cerca e depois ver os efeitos positivos que terei com tal atitude, invés de pensar que meu cliente é o meu cofrinho, que a qualquer momento eu posso usurpa-lo.

por Rutu Modan