segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Publicidade nas novas tecnologias

Hoje resolvi olhar alguns sites de marketing e publicidade na esperança de achar discussões sobre a publicidade nas novas tecnologias. Achei outro tipo de discussão que me fez pensar em como a publicidade conseguiu ficar datada em relação ao mercado como um todo e como as suas tentativas de compensar o tempo perdido são muitas vezes chatas e fracassada.

Primeiro vamos as minhas fontes para chegar a essa tese. No blog Coletivo sem papas havia um post (já "antigo")em que falava de uma pesquisa que saiu no Estadão. Ela afirmava que o público achava a publicidade desagradável, até mais desagradável que um programa ruim. O público pesquisado é o brasileiro. Após essa leitura o próprio blog fez um link para o post do blog Não conte para mamãe, de um publicitário com muitos anos na profissão.

O autor criticava o engessamento que os planejamentos e as pesquisas traziam para o criativo de hoje em dia. Depois do texto muitos comentário díspares sobre o assunto. Logo após ver este post fui no blog do Paul Isakson que havia feito um power point (depois de ler o post do Neto você vai perceber a ironia) onde ele falava sobre o futuro da publicidade em celulares, fez referência de especialistas que diziam ser um grande mercado crescente este tipo de mídia para a propaganda, mas ao mesmo tempo mostrando que o mercado não era receptivo a esse tipo de abordagem. E claro ele tocou no ponto da mudança de comportamente do consumidor. E a última fonte, que na verdade foi a primeira, mas que eu havia lido a vários dias atrás sobre Michael L. Dertouzos, veja aqui.

Bem o resultado dessa salada toda de informação foi que percebi que o mercado publicitário brasileiro que sofre de vários maus: o ego dos criativos e os clientes que não conseguem e não querem entender que publicidade é muito mais que cartazes e aparecer na TV. Esses problemas na base fizeram com que a era da internet e suas conexões não sejam entendidas e levadas em conta na criação publicitária, o uso da internet é feito de maneira inadequada que não usa o potêncial dessa mídia e irrita o usuário, são raras as ações verdadeiramente interessantes e criativas. Parece que a máxima de que "na publicidade nada se cria tudo se copia" esta no subconsciente.

O que falta é a necessidade de pesquisar a nova ferramenta, conhecer a internet, entender as conexões feitas. Também precisa-se conhecer a fundo o cliente nesse novo ambiente, por onde ele anda e o que chama sua atenção. A necessidade de pesquisa, a meu ver, é muito mais para o trabalho sair mais eficiente e assim mais criativo. Você conhecendo as possibilidades da ferramenta, conhecendo a fundo o seu cliente você poderá fazer ações que vão interessar e marcar positivamente ele.

Defendo um novo formato de agência de publicidade, retirar os rótulos de criador, planejamento, atendimento (e etc) e começar a falar de comunicador propagandista. Onde a campanha é feita por todos e as ações tenham liga entre elas, nada de ações isoladas que não criam uma identidade da marca para o cliente. As "publicidades" tem de ser engraçadinhas, mas tem de vender, é necessário criar em primeiro lugar a vontade de consumir o produto, depois fidelizar o cliente. Afinal a publicidade é a arte de vender bem. Entende-se por bem a venda fidelizada. Tudo isso você aprende na faculdade e esquece no mercado, mas é tão óbvio que eu não entendo porque não é feito, e a desculpa que tudo precisa ser para ontem não vale, afinal você constroi um monte de ações rápidas e não eficientes só gastando desnecessariamente o dinheiro do cliente.

Ah sem contar das mentiras e promessas não feitas e o péssimo telemarketing... enfim gostei dessa frase do Paul Isakson:
"One of the major reasons people have grown to distrust advertising is because of companies promising something to try to win them over but then not delivering on it in the end."


Para complementar o tema veja o vídeo abaixo:

Jon Steel: Planning at 40: Solving the wrong problems from JWT on Vimeo.

Mais coisa para pensar:


Para os criativos preguiçosos:
"EVERYTHING THAT CAN BE INVENTED HAS BEEN INVENTED"
Charles H. Duell, Comissionare, U.S. Office of Patents, 1899

por Rutu Modan