quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

DOIS ASSUNTOS

Neste post queria abordar dois temas distintos que na minha cabeça fizeram sentido ser abordados juntos. Os dois são temas que merecem ser aprofundados, mas que infelizmente eu não consiguirei fazer isso aqui, o que farei é colocar um monte de link e minha opinião para a formação da sua, ou não.


1. Crise da moda


Várias pessoas falaram sobre o ano fraco da moda brasileira e mundial. Algum desses nomes são Jorge Wakabara, Gloria Kalil, Eric Wilson (NY Times)
.

A maioria afirma que houve uma ausência de criatividade entre os criativos este ano e tudo o que foi feito já havia sido feito anteriormente e ocorreu apenas releituras. Sinto um sentimento nas pessoas da moda de que já foi feito tudo e que não há mais nada para inovar e um medo de inovar e não vender. Na minha opinião, isso pode estar ocorrendo porque o "povo da moda" (aliás termos feio e elitista que não considera que o consumidor de moda também faz parte desse mundo, e quem consome moda é todo mundo que é capitalista e tem um mínimo de poder aquisitivo para poder comprar o que vê os outros usando) se inspira sempre nas mesmas coisas. Engraçado que é vejo um clichê onde o que é sexy é rock 'n' roll e que colorido é étnico, que por sua vez é inspirando (muitas vezes) na África. Enfim, se sua inspiração para fazer algo é sempre clichê, não há nada de novo, porque sua criação iria vir nova? Ah!mas eu posso ter uma inspiração e fazer de forma diferente do usual. Desculpa, mas não fica.

Realmente é estranho como o que é diferente e possívelmente inovador pode se tornar algo brega para esse mundo, já que a inspiração não veio dos lugares "certos". Tenho que fazer um parêntese, isso que estou falando de inspirações não é uma coisa muito consciente.

Então, o que acontece é o que está acontecendo com a Vogue, onde no final do ano passado e início deste ocorreu um reboliço sobre o destino de Dona Ana Wintour. E a carta da leitora que disse não ver nada de novo na revista. Claro que não há nada de novo. Se todo mundo acha que já fez tudo que podia fazer, se as inspirações vêm sempre dos mesmos lugares, se as modelos continuam feias e magras como sempre, como você pode ter inovação? Bem eu não sei. (links sobre a Vogue: Cathy Horynn, Alcino Leite, Jorge Wakabara)

Em alguns comentários que vi por aí é a esperança de que a crise econômica pode ser a salvação para a criatividade na moda, pois a teoria é de que nos momentos de crise é que as pessoas se viram, criativamente, para encontrar uma solução nova. Eu sou cética quanto a isso, não acredito que a crise traga criatividade e sim mais "do mesmo", acredito que as pessoas ficarão conservadoras e só trarão fórmulas prontas e comprovadas.

2. Blog pode ter publicidade


Alguns links sobre o assunto: Maria Prata, Ricardo Oliveiros, Folha de São Paulo, Malvados, Jorge Wakabara.

Este assunto é interessante, não é de hoje que escuto que blog não deve receber para fazer post. Na verdade tem duas vias: você é pago para fazer post sobre uma empresa ou ela apenas patrocina o seu blog.

Se for o primeiro e seu blog é sobre dicas de empresas e produtos, por que não? Se você fizer uma análise real, sem favorecer e deixar aberta a discussão sobre o assunto para que outros consumidores possam opinar, acredito que tudo bem. Também acredito que não haja problema se você for patrocinado por uma empresa, mas com alguns poréns: você tem de ser cliente da empresa e ser a favor dela, e você tem de ter autonomia em seu blog, o que pode ser muito difícil.

O que acho errado é se você é contratado para repetir palavras de assessor de imprensa. Acredito que um blog pode ser feito da forma que o criador bem entender e bem quiser, ele é livre ali, aquele é seu reino. E o leitor perceberá quando está sendo lendo um post propaganda ou não. O que você deve ser é coerente com suas crenças e com o que você mostra em seu blog.

por Rutu Modan