Essa Palestra eu assisti no Seminário Fashion Marketing 2007, esse é o resumo que fiz sobre a palestra.
“Moda muda o tempo todo, então a definição não é igual sempre e é muito difícil definir moda”
“Nós todos precisamos de roupa para vestir, mas poucos pode ter ou querem moda. Muitos vivem muito bem sem ela. O poder da moda é fazer a pessoa comprar ‘coisas’ que não precisa.”
“Nutrir e ajudar o novo estilista é melhor que explora-lo”
“A imprensa são as pessoas que vão excitar o cliente para a moda e para a marca”.
“Os grandes conglomerados de moda terão problemas no futuro, já que terão de segmentar cada vez mais o estilo de seus clientes”
Para Colin trabalhar em moda é trabalhar sem parar, pois você sempre tem de excitar o consumidor e atender os desejos dele para que ele compre a moda que você produz. Tem de estar no em contato com momento e sensações que este cliente está passando, mas ao mesmo tempo ter seu ponto de vista, estilo e forma de chegar no cliente, ter seu “approach”.
Segundo Colin McDowell o consumidor de moda tem entre 18 e 35 anos, logo um estilista que tenha muito mais idade não tem muita condição de saber o que esse cliente deseja, pois não faz parte do mesmo momento. E mesmo assim o estilista sempre tem que pensar o que o seu cliente quer agora e depois. A palavra mais temida no mundo da moda é “NEXT”, ou depois. Ela é tão temida que criou-se um história que Dior teve um enfarto por conta desse momento em que ele se viu perguntado, o que vem agora? E depois (next)? A moda não para e sempre quer saber qual é a próxima grande sensação, estilo, estilista, modelo e etc.
Para Colin o grande desafio do estilista e marcas de moda brasileiros é criar uma assinatura que identifique de longe que essa roupa é brasileira do estilista X. A identidade que os Missoni tem, que onde você vê uma roupa Missoni você não precisa ler na etiqueta para saber a marca. É isso que falta na moda brasileira, identidade. Não adianta você ir ao exterior e vender uma roupa igual a um estilo Balenciaga, eles podem comprar um Balenciaga verdadeiro porque comprariam a cópia, e como o nome de estilistas brasileiros não é muito conhecido fora do país não ter uma identidade diferente de estilistas conhecidos pode ser fatal para o estilista brasileiro que quer conquistar a Europa ou América. Esta questão é colocada por Colin para alertar estilistas que pretendem fazer carreira no exterior.O conselho que Colin dá aos fabricantes de moda brasileiros é que eles devem primeiro tentar vender bem para seu público interno, depois tentar e conseguir vender bem para os países fronteiriços do Brasil e países da América do Sul, como Argentina, Uruguai, Chile. A próxima fase é conquistar a América Latina e depois conquistar o restante do mundo. Colin diz que ser forte no mercado local é essencial para o sucesso de uma marca brasileira.
O estilista que não tem orçamento para publicidade, ou outro tipo de divulgação estará fadado ao fracasso segundo Colin, já que as formas de criar desejo são através da publicidade, com anúncios maravilhosos que criam o desejo, não só de ter a roupa, mas ser a modelo e ter a marca da roupa estampada em si. Outra forma de divulgação é ter celebridades vestindo ou usando a sua roupa.
Segundo Colin a logo de moda foi inventada na Itália. A marca sempre esteve escondida na etiqueta dentro da roupa, mas os italianos nos anos de 1980 acharam que para criar um desejo maior pela roupa ela deveria mostrar o valor, da onde é, então começaram a mostrar a logomarca de suas grifes. Outra função da logomarca de moda para os italianos é atingir mercados anglo-saxões. O mercado que mais importa é o Americano, é o que mais consome, para este mercado falar uma palavra de língua latina era extremamente difícil e constrangedor, um exemplo: para os americanos é muito fácil falar Chanel, e eles sabem que é uma marca de luxo francesa, então quando estão na França e querem comprar presentes para entes queridos eles sabem que um Chanel é o presente ideal, vão na loja pedem um Chanel e são atendidos, sem problemas. Agora se eles resolvem comprar um Balenciaga, é uma palavra difícil de ser pronunciada para pessoas de língua inglesa, eles estão na França, vão a uma loja e tentam pedir um Balenciaga, falam errado, o vendedor faz cara de riso, ri ou simplesmente não entende, essa dificuldade vira um pequeno tormento então para facilitar as cosias e sabendo que um Balenciaga e um Chanel tem o mesmo peso, são marcas de luxo ele resolve que vai pedir o Chanel, é mais fácil. Os italianos viram essa dificuldade e resolveram inovar criando logomarcas que marcassem de tal forma que fosse fácil identificar e não causasse constrangimento para pessoas de língua inglesa quando fossem comprar. As imagens falavam mais que as próprias marcas, facilitando a compra.
Quanto ao Brasil, Colin diz que temos uma grande vantagem em relação aos outros mercados emergentes como China e Índia por sermos Ocidentais. Segundo ele, as mulheres indianas ou chinesas tem um pudor que não existe no Ocidente, a cultura é diferente e eles não entendem muito bem os ocidentais. Já os brasileiros são ocidentais e entendem a cultura dos Europeus ou Americanos, afinal fomos colonizados pelos europeus. No mundo globalizado da moda é muito mais fácil um estilista brasileiro ter mais sucesso que um estilista chinês ou indiano. O mundo quer vir ao Brasil, diz Colin. O país é considerado um local de festa, de férias, agradável. Todos querem conhecer o carnaval as lindas mulheres, essa é a vantagem em relação a China e a Índia. Na China eles vêem um lugar de repressão, é divulgado imagens de repressão a mulher, mortes. Na Índia eles vêem um local muito mais pobre que o Brasil, não tão confortável quanto aqui.
A desvantagem da marca brasileira quanto aos europeus e americanos é a falta de inverno no país, como o inverno aqui não faz frio não temos cultura para coleções de inverno, isso pode dificultar na entrada do Brasil no mercado de moda global. Colin sugere que o Brasil faça apenas uma semana de moda por ano para apresentar para os compradores estrangeiros (europeus e americanos), que seria a de verão. Ao mesmo tempo Colin fala que o aquecimento global pode ajudar a moda brasileira, já que o inverno não vai ser mais tão rigoroso nos países do norte, mas isso soa mais como piada do que como uma vantagem real.