quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Entrevista

Adoro a loja Theodora, nunca comprei nada de lá por ser bem carinho e estar em São Paulo, mas gosto muito do estilo. E agora estou adorando o que o site Chic por Glória Kalil está fazendo, achei que é uma forma super bonita de incentivar a moda brasileira, eles estão fazendo entrevistas com proprietários de lojas de moda que estão são hype ou estão se destacando. Desta semana foi com Rita Wainer dona da Theodora. E estou passando aqui a entrevista também, mas podem ir no site Chic para ver outras entrevistas e notícias sobre moda.

Entrevista Chic: Uma Nova Rita Wainer no Fashion Rio
13.12.2007

Saiu o line-up do Fashion Rio, edição de inverno 2008. Perceba que ali no dia 12.01.08 o terceiro desfile é da marca Rita Wainer. Ué, não era Theodora? Não. Rita saiu de trás da marca que a consagrou como estilista e agora reestréia no Rio com o seu próprio nome. O Chic correu para falar com a moça, que explicou todos os porquês. Entenda a seguir.

Por que assinar como Rita Wainer agora?
No desfile passado da Theodora eu senti que alguma coisa tinha mudado dentro de mim. Fiz 30 anos, mudei minha linguagem, cresci. Os desfiles estavam ficando cada vez mais autorais e distantes do produto. A Theodora é uma marca que tem um compromisso comercial. Agora eu quero ter um compromisso artístico e maduro.

Seu trabalho na Theodora e na Second Floor continuam?
Sim. Por enquanto, a Rita Wainer é uma linha da Theodora. O desfile da Second Floor é no dia 19.01 e vai ser lindo. É a primeira vez que vou fazer dois desfiles tão próximos.

Qual é a diferença entre as duas linhas?
A Rita Wainer é para uma mulher mais adulta. É uma linha pequena e livre. Quero que ela surpreenda, que seja fresca.

Vai dar mais trabalho ter duas linhas, ou fica mais fácil se organizar?
Dá mais trabalho, mas dá mais prazer. Estou vendo que posso mudar e sei que quem não tenta mudar por medo, envelhece.

O que há na nova linha que não caberia na primeira marca?
Sempre vendi camisetas de malha com estamparia localizada e com silks sobrepostos. Agora vou trabalhar com mais bordados e também com estampa corrida [Exclusivo Chic: confira uma das novas padronagens na galeria]. As peças são exclusivas porque mesmo em modelos iguais haverá interferências; é como se cada peça fosse ilustrada. Aliás, ando desenhando muito, até fiz desenhos para vender*, que podem ser oferecidos como presente e custam R$ 150. Estou me dando ao luxo de fazer o que quiser.

Fazer 30 anos mudou o quê?
Mudou muita coisa. Entendi que era a maior bagunceira – achava que todo mundo era assim –, por isso estou tentando ser mais organizada. Para ser criativa, não precisa sofrer tanto. Aos vinte eu virava mil noites para entregar pedidos. Agora estou mais calma e me preocupo menos com bobagens. Acho que estou colhendo o que plantei. Quem não fez nada aos 20, entra nos 30 neurótica.

O que você pode adiantar da nova coleção?
Não há um tema, mas as minhas vontades. Uma imagem de uma mulher com seis araras no braço é algo que me inspirou, por exemplo. Também estou pesquisando as coisas que eu acho mais lindas – as músicas, os filmes etc. Usei lã, material novo para mim. Tem malharia, só que mais trabalhada. Fiz peças em moulage que são multiúso. Quero descobrir formas novas e tentar surpreender com a poesia. Eu comecei experimentando na Theodora. Agora, vou mostrar meu futebol.


*Venda de Natal da Theodora
Dia 15.12, das 10h às 18h
R. Melo Alves, 184, 2º andar, Jardins, São Paulo - SP.

Milene Chaves

por Rutu Modan